quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Sindicatos de mentira

No dia 11 de julho de 2013 os sindicatos prometiam parar o país. Pelegos oportunistas tentaram desestabilizar o movimento dos cidadãos.
A causa não era e não é sindical, não é de partidos, times, religiões. A causa é de cidadania. Os cidadãos foram às ruas para dizer que não querem mais, que não acreditam mais, e que não querem esperar pelo pior e repetirem o exemplo de DIMITRIS CHRISTOULAS. Seu exemplo está na página 83 de uma das melhores revistas que se edita hoje em todo o mundo: COLORS.
No dia 4 de abril de 2012 DIMITRIS se matou com um tiro na cabeça em frente ao Parlamento grego. Assim como o aumento no preço do transporte público foi a gota d´água no Brasil, a morte de DIMITRIS fez que as ruas de ATENAS fossem ocupadas por manifestantes. Segundo COLORS, DIMITRIS era um farmacêutico aposentado. Tinha mulher e filha. Aos 77 anos viu sua pensão cortada e não conseguia mais pagar pelos remédios que precisava tomar.
Em seu bolso foi encontrado um bilhete deixado para sua mulher e filha, ANTHOULA e EMMY, com a frase “Te amo”. No bilhete dizia, “O governo de ocupação de TSOLAKOGLOU acabou com minhas chances de sobrevivência, que vinham da minha pensão, uma quantia decente, que eu, apenas eu sem ajuda do governo paguei durante 35 anos. A minha idade avançada não me permitiu tomar uma atitude pessoal mais dinâmica e não vejo outra solução antes de perder completamente minha dignidade e ser forçado a procurar comida no lixo. Acredito que jovens, sem futuro algum, um dia se armarão, e enforcarão aqueles que traíram nossa nação na Praça Syntagma, como fizeram os italianos com Mussolini em 1945, na Piazzale Loreto, em Milão”.
Uma pessoa que passava no momento em que DIMITRIS se matou ouviu suas últimas palavras, “Não estou cometendo suicídio. Eles é que estão me matando”.
Como não poderia deixar de ser, a “promessa de parar o país” era oca, inconsistente, mais que furada. No dia seguinte, comentei em meu blog os resultados da irresponsabilidade dos lamentáveis pelegos:
“O sindicalismo brasileiro é uma piada de péssimo gosto. Não sei qual das piadas é a pior: a da classe política que se finge incapaz e sem vontade alguma de dar um novo e verdadeiro sentido a sua atividade, ou esse sindicalismo mambembe aditivado com os criminosos e irresponsáveis recursos de Brasília – claro, com o nosso dinheiro, saído de nossos bolsos que não param de sangrar. O que se viu ontem pelo Brasil, e especialmente em São Paulo, foi uma espécie de fim de feira do sindicalismo. A única diferença é que as feiras livres nos provocam nostalgia e saudade. E, o que restou do sindicalismo, nem mesmo comiseração. É de uma pobreza infinita e em todos os sentidos. Não poderia acabar de forma diferente o que jamais teve legitimidade. E, para tornar mais lamentável e trágica a manifestação de ontem, a notícia de hoje da FOLHA, sobre uma espécie de BOLSA MANIFESTANTE. A reportagem do jornal documentou pessoas vestidas como militantes da UGT – União Geral dos Trabalhadores – recebendo uma espécie de cachês de extra e casting de R$ 70. Setentinha… Depois conseguiu as declarações de outra “extra” vestida de CSB – Central dos Sindicatos Brasileiros – que reclamou que seu cachê foi de apenas R$ 50. Cinquentinha. E questionada sobre a que sindicato pertencia avermelhou, emprestando as cores da bandeira, e balbuciando, “xii… qual é o nosso sindicato mesmo”. Repito o que disse ontem. Não é a hora de partidos, religiões, sindicatos, clubes, preferências específicas. É a hora e a vez dos cidadãos brasileiros. Que exigem uma reforma radical nessa democracia de mentira. Que não querem mais caminhar para outubro de 2014 tendo que engolir as mesmas tranqueiras, promessas, opções de escolha. Mais de um mesmo que só causa horror e nojo. Já anulei meu voto nas últimas eleições. Se até lá não produzirmos uma nova realidade com um mínimo de esperanças, vou anular de novo. A nossa trincheira é aqui e agora. Vamos nos manter vigilantes. Não vamos tolerar mais nada. Vamos nos manifestar, vamos permanecer no ar 24X24X365. Vamos mudar o Brasil.”
Sindicatos de mentira nunca mais. Apenas isso.
FRANCISCO MADIA, especial para o MADIAMUNDOMARKETING.

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