sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Marketing destinado ao público infantil

Segundo a Pesquisa de Orçamento Familiar, realizada entre 2008-2009 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, uma em cada três crianças brasileiras com idade entre 5 e 9 anos estão com peso acima do recomendado pela Organização Mundial da Saúde e pelo Ministério da Saúde.
Estudos estimam que 95% dos casos de excesso de peso em crianças estariam relacionados à má alimentação, os outros 5 % seriam resultado de fatores orgânicos. Em função de sua crescente influência e autonomia na escolha dos produtos adquiridos pela família, as crianças estão assumindo um papel cada vez mais importante nas decisões de consumo, o que as tornam um segmento de mercado cada vez mais visado nas estratégias de marketing das empresas de produtos manufaturados.
Pesquisas mostram ainda que crianças brasileiras influenciam cerca de 80% das decisões de compra de uma família. As categorias de produtos mais suscetíveis à influência infantil são os produtos alimentícios industrializados. Desses produtos, estão no topo da influência a compra de biscoitos e bolachas (87%), refrigerantes (75%), salgadinhos (70%), seguidos de achocolatados, balas, chocolates, iogurtes, macarrão instantâneo, cereais e sorvetes.
Tal fato é relevante, pois, os índices de crianças com sobrepeso acompanha o crescimento do volume investido no marketing infanto-juvenil pela indústria alimentícia.
Investigando a influência do marketing nas escolhas alimentares das crianças, as alunas do Centro Universitário Anhanguera de Niterói (UNIAN), Aline Andrade de Oliveira e Graziela de Almeida Pereira Lobo, sob a minha orientação, analisaram os rótulos de 22 produtos que apresentavam apelos atrativos ao público infantil (personagens, desenhos, brindes, etc). Dentre os alimentos foram revisados os rótulos de bolos industrializados, fast food, laticínios, cereais matinais, sucos prontos, empanados, bebidas achocolatadas, macarrão instantâneo, biscoitos recheados e salgadinhos.
O sódio esteve presente em quantidades excessivas (mais que 1,2 mg%), nas porções de bolos industrializados, sucos industrializados, bebidas achocolatadas, cereais matinais, empanados, salgadinhos, macarrão instantâneo e fast foods. Com relação ao biscoito recheado, se nos basearmos na rotulagem nutricional obrigatória recomendada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para crianças de 7 a 10 anos, a ingestão de todo o pacote fornece 96% da quantidade recomendada diária para sódio.
Notou-se alta densidade energética nas porções de bolos, biscoitos industrializados, cereais matinais, frangos empanados, salgadinhos, macarrões instantâneos, fast foods, que normalmente são consumidos em quantidades superiores as porções apresentadas nas tabelas de informações nutricionais desses alimentos. A densidade energética é definida como a caloria disponível por unidade de peso.
Os alimentos industrializados induzem ao consumo excessivo de calorias, pois apresentam alta densidade energética, alta palatabilidade, além do baixo custo, fácil acesso e alto marketing. A alta ingestão de energia desencadeia o desenvolvimento da obesidade e, consequente, eleva o risco de diversas outras doenças, como as cardiovasculares, diabetes e alguns tipos de câncer.
A análise dos ingredientes mostrou a presença de conservantes e edulcorantes (adoçantes) em sucos industrializados e gelatinas, que não é indicado para crianças que não apresentam diabetes.
Dentre os 22 alimentos analisados, 86,4% apresentaram alto teor de sódio, 45,4% apresentaram gordura saturada acima de 10% e, 63,6% se mostraram com alta densidade energética.
A rotulagem nutricional dos alimentos permite ao consumidor o acesso às informações nutricionais e aos parâmetros indicativos de qualidade e segurança do seu consumo.
Apesar da legislação brasileira de rotulagem de alimentos ser abrangente há ainda a necessidade de maior fiscalização para cumprimento das normas estabelecidas. Outro ponto a ser discutido é a adequação da informação nutricional presente nos rótulos à idade do público-alvo ao qual o alimento se destina.
Flávia da Silva Santos é professora do curso de Nutrição do Centro Universitário Anhanguera de Niterói (UNIAN)

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Hábitos pessoais e financeiros para enriquecer

Conheça a seguir as etapas traçadas por Elisson de Andrade, professor da Faculdade Salesiana Dom Bosco de Piracicaba e palestrante em finanças pessoais sobre como se dá o processo para a mudança real dos hábitos financeiros:
1 Reveja seus paradigmas (ou modelos mentais)
Os paradigmas são os modelos ou parâmetros a partir dos quais você vê a vida. Em geral são originários da sua cultura, da sua religião, e talvez principalmente da sua família. E é desses paradigmas que vêm os seus valores.
O primeiro passo para o autoconhecimento é rever esses paradigmas para se certificar de que os seus valores são mesmo seus, ou se são os valores de outras pessoas falando mais alto. Qual o modelo que você usa para tomar decisões financeiras e de onde ele vem?
“Os pais falam para o filho que quando ele ganhar o primeiro salário deve já pensar em comprar um carro, para começar a ter suas coisas e ganhar responsabilidade. Há pessoas que se casam muito jovens e já compram a casa dos sonhos, se endividando. E ainda há aquelas que precisam presentear todo mundo nas datas comemorativas”, diz Andrade.
O professor diz que aprendemos que tudo isso é natural, e não medimos as consequências. Mas será que precisa ser assim mesmo?
“Por que você não aluga uma casa em vez de comprar? Você não pode usar o carro dos seus pais no início da carreira? E precisa comprar presente para todo mundo, não basta escrever um cartão?”, questiona.
Andrade sugere que esses paradigmas sejam questionados: empregar seu dinheiro desta forma é realmente importante para você? Dar um presente é a única forma de demonstrar afeto? Você deve mesmo comprometer seu futuro financeiro por um monte de tijolos?
Ele cita ainda outras ideias arraigadas à cultura do brasileiro e que podem ser quebradas, como a noção de que se não comprarmos a prazo nunca teremos nada, e de que é preciso ter os produtos “da moda” sempre.
“Reveja seus paradigmas e tente adequá-los à pessoa que você quer ser”, diz o professor.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

3M = Inovação


Um dia decidimos nos rebatizar de MadiaMundoMarketing. E descobrimos em nossa nova denominação os 3Ms. Não só não nos incomodamos nem nos constrangemos como procuramos levar para todas as empresas que confiaram em nossos serviços em 33 anos de consultoria – 534 empresas – uma cultura muito próxima dessa empresa mais que emblemática: UMA CULTURA DE INOVAÇÃO.
Um dia, do alto de sua imensa sabedoria e infinita generosidade, o maior dos mestres, Peter Drucker, sentenciou, “todo o negócio, independentemente do setor de atuação, só tem duas e exclusivamente duas funções: Marketing e Inovação. Marketing para conquistar e preservar clientes; INOVAÇÃO para sobreviver”. E é o que praticamos em nosso dia a dia de consultores. Na primeira etapa de nosso trabalho posicionamos ou reposicionamos a empresa sob a ótica do mercado – MARKETING; na segunda damos vida ao posicionamento e/ou reposicionamento proposto mediante múltiplas ações de comunicação – BRANDING. E, o tempo todo, através de treinamento, metodologias, ferramental, e gradativamente, vamos induzindo na empresa uma Cultura de Marketing e Inovação.
Feita a introdução, uma matéria de leitura mais que obrigatória em Época Negócios, e assinada por Luís Penteado. Claro, sobre a empresa referência em INOVAÇÃO, a 3M. Na abertura da matéria Luís Penteado sintetiza: “Sete mil pessoas por ano visitam o CTC – Centro Técnico Para Clientes – da 3M do BRASIL. São médicos, dentistas, técnicos de segurança no trânsito, universitários, cientistas, engenheiros e funcionários governamentais, entre muitos outros.”. Luís fala sobre o CTC que foi reinaugurado em março de 2013, quase duplicou sua área de 5,6 mil para 10 mil metros quadrados, sendo 7 mil apenas para os laboratórios. Depois de uma pequena pausa, a 3M voltou a investir com tudo no que a notabiliza e converte em benchmark: INOVAÇÃO. E acaba de ser eleita, pelo segundo ano consecutivo, como A EMPRESA MAIS INOVADORA DO BRASIL, conforme ranking assinado pela A.T.KEARNEY.
Como é possível medir-se a importância da INOVAÇÃO numa empresa como a 3M? De diferentes maneiras. Começando pela clássica, desempenho empresarial. Segundo Negócios, a empresa fecha 2013 com um crescimento em seu faturamento entre 10% e 13% contra uma média da indústria que não deverá superar aos 2%. Totaliza R$ 2,9 bi e pretende mais que dobrar – R$ 6 bi em 2016. E complementando com os seguintes números: de todo o portfólio de produtos da 3M – 55 mil produtos em mais de 50 segmentos – 35% é formado de produtos com no máximo cinco anos de vida. E a meta para 2016 é elevar de 35% para 40%.
Ao concluir sua matéria e fazer uma fotografia mais que merecidamente bonita e elogiosa da empresa, Luís Penteado diz: “Numa de suas tiradas espirituosas, o presidente salvadorenho da empresa no Brasil, José Varela diz que, com 55 mil itens de produtos em mais de 50 segmentos a 3M deveria ser a empresa mais sem foco do mundo. No entanto existe uma espécie de esperanto falado por todas as áreas da empresa, e composto de dois idiomas, o da TECNOLOGIA e o da INOVAÇÃO. Nem todos dominam muito bem o os elementos do primeiro, mas o segundo é obrigatório. Não há uma plataforma específica de INOVAÇÃO na empresa – é um imperativo de todas as unidades de negócios”.
Em síntese, o phocus da 3M é o de encantar todos os seus suspects e prospects e convertê-los em clientes, apóstolos e disseminadores, pelo seu compromisso, devoção, DNA, cultura, clima de INOVAÇÃO.
Ou, se preferirem, 3M, INOVAÇÃO É A SUA MARCA.

Fonte: http://www.madiamundomarketing.com.br/landmarketing/3m-inovacao/

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Sem tempo para refletir

Os milênios não têm foco. Verdade? Acho que sim. Mas, quem defende essa tese é o que anunciou, mesmo sem a ter descoberto, a INTELIGÊNCIA EMOCIONAL há 20 anos: DANIEL GOLEMAN.
Está de volta com um novo e provocativo livro: FOCUS – The Hidden Driver of Excellence. Lançado no ano passado nos Estados Unidos chega ao Brasil – na versão impressa e na digital – em janeiro pela Editora Objetiva. Sua tese é quase óbvia, e, em meu entendimento, mais que verdadeira. Sem a necessária e indispensável base cultural, os milênios se descobriram excitados por diferentes estímulos de novas e revolucionárias plataformas de forma irresistível. E acabaram por embarcar. Como decorrência natural são dispersos e encontram uma dificuldade quase que insuperável de desenvolver um raciocínio lógico e criativo.
DANIEL anuncia e denuncia essa característica dos milênios, mas traz uma mensagem de esperança: é possível aprender a se concentrar; é possível recuperar, voltar a ter, ou ter, pela primeira vez, FOCO.
Entrevistado por LUCAS ROSSI de EXAME, explica: “Estamos sem tempo para refletir. Sem essa pausa não conseguimos digerir o que está acontecendo ao redor. Os circuitos cerebrais usados pela concentração são os mesmos que geram a ansiedade. Quando aumenta o fluxo de distrações, a ansiedade tende a aumentar na mesma proporção. Precisamos ter um momento, no trabalho ou na vida, para parar e pensar. Sem concentração perdemos o controle de nossos pensamentos. Mas o oposto, quando estamos muito atentos, também é um problema. Tornamo-nos vítimas de uma visão restrita e de mente estreita. É preciso dar equilíbrio a isso…”.
E, conclui: “quem tem melhor foco é relativamente imune a turbulências emocionais, tem mais capacidade de se manter calmo durante crises e de se manter no prumo apesar das agitações emocionais da vida”.
Em síntese, preservar-se no caminho escolhido para chegar lá sem jamais perder de vista o contexto onde você, sua empresa, seu produto, seu mercado, se inserem. Ir em busca da árvore, suas flores e frutos, mas jamais ignorar a floresta.
FRANCISCO MADIA, especial para o MadiaMundoMarketing.