sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Digitalizando a inclusão digital

Creio que UMA das formas mais eficazes contra as carências da sociedade é a democratização da informação. Mas enquanto a política continua dificultando o acesso, ou ainda, atrapalhando as formas para isso, as famílias brasileiras investiram na aquisição de computadores. As famílias mais pobres partiram para o acesso a internet numa segunda etapa.



O resultado é que, hoje, segundo o IBGE e o Comitê Gestor da Internet no Brasil, possuem um microcomputador:
95% dos lares da classe A
70% da B
25% da C
3% da D e E

Destes números, a internet esta conectada em
91% dos lares da classe A
58% da B
16% da C
1% da D e E

Diante disso, TALITA MOREIRA e ANDRÉ BORGES assinaram uma matéria no Jornal VALOR On Line, com alguns depoimentos e entrevistas interessantes, que traduz o que vem acontecendo nas famílias pobres:

“Um ano atrás, o vigilante noturno JOÃO JOSÉ DIAS e a esposa, VERA DIAS, compraram seu primeiro computador – um modelo POSITIVO que custou R$ 1 mil dividido em 15 prestações. O casal também apertou o orçamento para pagar R$ 90 mensais para uma conexão de acesso a internet –“Cortamos gastos com roupas e coisas supérfluas” explicou VERA -. O casal decidiu investir num computador diante de tanta insistência do filho mais velho de 10 anos, - “É muito importante para fazer as pesquisas da escola” -. VERA e o marido se matricularam em escola que oferecia cursos de informática...”.

“Na Telefônica, 10% das vendas de novas conexões do serviço de acesso SPEEDY são para a classe D – mais que o dobro do percentual do ano passado...”.

“O computador é o grande sonho da classe D (RENATO MEIRELLES, sócio-diretor e analista do DATA POPULAR). Em 73% das famílias da classe D, os filhos têm mais escolaridade que os país. Com isso o pai não consegue ajudar o filho nas tarefas da escola... O computador é quem cumpre esse papel”.

“Para FABIANA GUANDALIM, moradora da favela do JAGUARÉ, casada com um vigia que recebe pouco mais de um salário mínimo por mês e mãe de cinco filhos, não sobra dinheiro para a família comprar o computador. FABIANA sonha: “É o que mais quero e vou conseguir”. Já se matriculou nas aulas de informática do centro cultural.

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