quarta-feira, 24 de junho de 2015

Turma da Mônica Jovem

Leio agora a entrevista de Mônica Sousa – a Mônica – na PE&GN ABR 2015. Talvez nem ela se dê conta, mas é impressionante como ser ela uma exceção – a única com viés comercial – vem produzindo uma radical e necessária mudança na empresa da família. Mônica em determinado momento da entrevista diz, “Na minha família, todos são artistas: meus pais, minha madrasta, meus irmãos, meus tios… No comercial só tinha eu. Então, como a visão de arte impera aqui, foi difícil explicar para eles que a área comercial também precisava de uma identidade”. Essa mudança na gestão da empresa, repito, aumenta de forma substancial a competitividade e perspectivas da Mauricio de Sousa Produções.

Mas, o que de mais curioso tem na entrevista de Mônica é a forma de pesquisa a que seu pai, Mauricio, recorreu, para confirmar a hipótese da Turma da Mônica Jovem. Uma pesquisa voltada para um universo gigantesco e que teve como amostra uma única pessoa. E deu certo! Conta Mônica, “O meu pai começou a perceber que as crianças estavam amadurecendo um pouco mais cedo. E aí decidiu fazer um teste com o meu irmão mais novo, que estava entrando na pré-adolescência. O Mauricio sempre levava as revistinhas da Mônica para ele ler. Então, começou a levar também revistas de mangá para que ele escolhesse qual queria. Chegou uma fase em que meu irmão ficava hesitante: ele sentia que deveria pegar a revistinha da Mônica para não magoar o meu pai, mas queria mesmo era ler o mangá. O Mauricio já pensava em lançar os personagens da Turma da Mônica mais velhos. E aí resolveu fazer isso no estilo mangá.” E, conclui, “É a nossa revista que mais vende hoje”.

Próximo do final Mônica relata uma situação recorrente e com a qual já se acostumou. Quando a pessoa e a personagem misturam-se na cabeça e no coração das outras pessoas: “As pessoas me veem como Mônica da revistinha, não tem jeito. Isso é muito estranho, não vou entender nunca. As pessoas me olham como aquele personagem. Eu começo uma reunião, por exemplo, e tem uma pessoa ali que nunca me viu antes e foi muito fã da Turma da Mônica. Eu vejo que o cara não está ali, enquanto olha para mim. Os olhos começam a brilhar, eu penso: ele está vendo outra coisa. É estranho até hoje, mas estou acostumada com isso desde criança”.

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